Voo Livre de Parapente

Imagine uma montanha vista de cima sob um angulo que você nunca viu. Olhe para o lado e pássaros o seguem. O vento é viscoso e atravessa seu rosto, nariz, olhos e orelhas. Seus pés não tocam o chão, a natureza é vasta, o solo é recortado por quadrados, tudo está flutuando; sua mente, a natureza e Deus parecem uma coisa só. Sim, você está em voo livre!

Foto: FlyMonster Escola de Parapente

O Voo livre e as termais

O voo livre só é possível graças a um fenômeno térmico chamado de termais ou térmicas. A própria definição do que é voo livre está diretamente relacionado às termais: O voo livre trata-se da modalidade não motorizada de aeronaves que utiliza correntes termais para sustentar seu voo. Como as termais funcionam? As montanhas, solo e relevo aquecem com a radiação solar, emitindo calor ao ar, causando uma zona de baixa pressão (lembre-se da famosa fórmula P.V = n.R.T), que por sua vez sobe em movimentos espirais, criando as termais.

Essa espiral é o que permite o mais alto voo dos urubus, outros pássaros e claro, parapentes e asas-deltas. Você pode burlar a natureza com motores e hélices, mas isso já não é mais voar livre.

Explicar o voo livre é uma tarefa árdua, pois além de toda a complexidade que rege os fatores climáticos, faltam palavras para descrever as emoções experimentadas. Presos aqui na terra temos outra noção de vida, tempo e espaço. Lá em cima, o tempo é outro, 5 minutos de voo podem passar como apenas alguns segundos de prazer máximo, elevando a adrenalina ao extremo ou podem parecer um momento eterno, como horas de deleite

Nos céus a ordem segue a lógica da aerodinâmica: o vento leva para onde é possível, mas recompensa com sensações únicas que o farão repensar a vida, o tudo e todos.

O espaço é um grande nada preenchido de ar em movimento. Lá do alto, as pessoas, os carros e estradas são pequeninos como as formigas e percebemos o quão o mundo é grandioso e nós somos nada mais que alguns grãozinhos irrelevantes.

Parapente, paraglider, paraquedas ou para frente?

Parapente e paraglider são a mesma coisa. Para os franceses é parapente, para os que falam inglês, paraglider. E nada mais.

Criado na França, mais especificamente no Parachute Club d’Annemasse em 1978, seu nome era inicialmente vol de pente (voo de encosta), e depois parapente. Foi uma adaptação do paraquedas para melhorar a precisão do pouso. Logo montanhistas notaram sua utilidade em descer instantaneamente dos cumes, após árduas escaladas.

A vela do parapente difere-se essencialmente do paraquedas, pois sua estrutura tem uma maior relação de planeio (quantos metros anda para frente a cada 1 metro de queda), possibilitando um voo “para frente”.

Tipos de voos livre: basicamente há três tipos de voos, em comum a caça às termais! Lifts: voo de encosta. Aqui a boa é aproveitar as “micro-termais” das montanhas; Acrobático: o mais radical dos voos. Com equipamentos especiais, chega a velocidades incríveis, que permitem movimentos espetaculares. É preciso estar a certa altitude, por isso mais comum na Europa. Cross-country: sair interior adentro à procura de termais pelo caminho, chegando quilômetros à frente, até onde o vento levar, sempre buscando o mais longe possível da área de decolagem.

Requisitos: Qualquer um, com o devido treinamento, pode praticar o esporte. Há por aí pessoas de idade avançada, jovens e cadeirantes voadores. Recomenda-se que seja maior de 18 anos. Procure uma escola homologada por alguma das associações principais (ABVL ou ABP).

Curso: Há aulas teóricas de aerodinâmica e de voo, mais o treino prático de aproximadamente 3 meses, na frequência de duas vezes por semana. Nele aprenderá a controlar o equipamento no chão, para depois “saltar de morrinhos”, até que se encara a montanha e faz seu primeiro voo em direção ao pouso, o famigerado “prego”. O investimento para o curso varia de R$2.000 a R$5.000.

Competir: Sempre há competições, mas diferente de outros esportes, a principal é de você com você mesmo, do que pode, do que o vento deixa, dos seus sonhos. O céu, literalmente, é o limite.

Equipamentos: Vela (ou velame) é a asa, selete (cadeira), mosquetões, capacete, paraquedas reserva e rádio. GPS, altímetro, botas e luvas são acessórios não obrigatório, mas que ajudam bastante. É possível ter um equipamento completo por R$5.000,00, desde que avaliado por um instrutor.

Segurança: A prática para iniciantes deve ser somente acompanhada por instrutor com larga experiência. Com as condições ideias, o parapente se mostra muito seguro, com baixíssima taxa de acidentes. Lembrando que 70% dos acidentes se dão na decolagem e no pouso.

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